A artista plástica soteropolitana Maria Paula Costa, mais conhecida como Maria Mariô, trouxe seu estilo “tropical baiana e psicodélica” para transformar mais uma parede da TV Aratu em arte.

 “As minhas pinturas são retratos da realidade do meu dia-a-dia, recriados por meio de narrativas visuais. Frases, rostos e sentimentos se transformam sempre em alguma coisa, nem que seja apenas uma mancha no papel”, explica a artista de 26 anos que tem várias obras espalhadas pelas ruas de Salvador.

Batizada de “A prima Vera”, a obra é formada por duas grandes paredes que traz uma dama florida e o galo, símbolo da emissora, com cores alegres e vibrantes, que marca o trabalho de Maria.

 

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Galo Parade

Esse é o sexto painel artístico do projeto carinhosamente chamado de “Galo Parade”, que convida artistas baianos para trazerem o graffiti da rua para dentro da Aratu, mas sempre em pontos de grande circulação de pessoas.

 “Optamos por fazer grandes painéis externos para que o máximo de pessoas possa ver. Convidamos artistas com muita personalidade nos seus estilos, que representam em suas obras temas regionais, pessoas, locais e cultura da Bahia. Os painéis contam histórias do cotidiano das pessoas na Bahia, algo que o Grupo Aratu faz há mais de 50 anos”, explica Ana Coelho, CEO do Grupo Aratu.

 

Baianidade

O primeiro painel foi produzido pelo artista de Feira de Santana, conhecido como Kbça. Com quase 200 m², a obra ‘Baianidade’, traz um grande moisaco de referências do nosso estado, tem sertão, tem mar, música, religiosidade, sincretismo, história, referências à nossa formação afrobrasileira, e tem muita, mas muita cor.

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Kbça, 33, percorreu um caminho de quase 20 anos na arte – que começou quando ele ainda era criança e não sabia muita coisa, mas tinha certeza que gostava de desenhar. “Tudo que eu via, eu tentava reproduzir. Algum desenho, paisagem…”. Aos 15 anos, ele ganhou de presente uma revista sobre grafite e se apaixonou pela modalidade. “Foi uma coisa meio libertadora, eu soube que era isso que eu queria fazer”.

 

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Antenados

O artista Tarcio Moreira, de 35 anos, também deixou uma grande marca nas paredes da TV Aratu. Assim como Kbça, Tarcio começou a desenhar na adolescência, no bairro de Castelo Branco, em Salvador, e não quis mais parar.

“Tudo o que eu faço é voltado para as questões afrobrasileiras, sempre falando de Bahia. Uma das minhas maiores referências é o modernismo brasileiro. Eu tento positivar os clichês, os clichês de Brasil, de Bahia. Tudo isso acaba sendo uma fonte de inspiração para o meu trabalho”.

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A conexão das comunidades e a tv, representada por grandes antenas no painel “Antenados”, que traz o traço característico de Tarcio, branco sobre uma parede azul, uma “inversão poética” para os azulejos, com imagens azuis sobre o fundo branco.

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Pintando o cotidiano

Em seguida, foi a vez de Limpo Rocha, de 42 anos, nascido no bairro de Cajazeiras e morador da Suécia há 15 anos. De passagem pela terra natal para visitar a família, ele tirou um tempo para grafitar uma das paredes da empresa com a obra “Pintando o Cotidiano”.

 

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“Uma coisa que me chama a atenção é a Aratu estar dentro de um bairro, de uma comunidade, por isso desenhei várias casinhas. E o Galo alí, como se estivesse sobrevoando, filmando, fiscalizando, olhando pela cidade”, explica o artista.

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Acorda Cidade

No pátio interno da TV Aratu, um grande desenho em preto e branco emoldura o espaço onde ficam os carros da emissora. Um homem, uma câmera, um galo e um cenário baiano: essa foi a forma de Alaído traduzir a história do Grupo Aratu por meio da sua arte.

Nascido Felipe Almeida, o artista ganhou o apelido pelo qual é famoso por conta da mãe, a professora Alaíde. Parecido fisicamente com a genitora, também herdou dela a vocação para a arte – embora a mãe tenha passado a maior parte da vida ensinando, agora, aposentada, pode se dedicar aos desenhos como o filho.

Os traços que embelezam as paredes do Grupo Aratu também foram pensados após uma dica dela.

“Minha mãe me deu a ideia de pintar o galo, que é símbolo da TV e que ela sempre lembrava, o programa começando cedo com o galinho cantando. Então eu pensei em algo como um repórter entrevistando o galo, querendo ouvir essa história”, brinca.

 

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Ao redor do animal e da câmera, a paisagem baiana pintada por Alaído relembra suas origens. A família materna veio de Cruz das Almas, no recôncavo baiano, enquanto o artista nasceu e viveu por 18 anos em Feira de Santana, mudando-se depois para Juazeiro, onde aperfeiçoou sua arte durante nove anos. Atualmente, ele mora no pequeno povoado de Igatu, na Chapada Diamantina. Em todas essas cidades, é possível ver os grafites dele pelas ruas. Para identificá-los, procure por quadros em preto e branco, com riscos finos.

Os desenhos mesclam também outras influências, como o tempo em que se dedicou a fotografia em preto e branco e a xilografia. “Não tem como a gente não se referenciar no Cordel, porque o Cordel é um dos símbolos do nosso Nordeste”, afirma.

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Reconectando a alegria

Ele já se expressava por meio da arte “desde muito pequeno”, e até se aventurou na pichação, mas foi apenas em 1998 que o soteropolitano Vinicius Vidal da Cruz, hoje com 36 anos, percebeu que seus traços se encaixavam muito mais no universo do grafite, que estava em alta na época.

O painel “Reconectando a alegria” ambienta uma das áreas de convivência dos colaboradores da Aratu, por isso o espaço ganhou as cores e a ludicidade marcante na arte de Vidal.

“A deia foi deixar o ambiente com muitas energias boas. Espero que esse painel possa inspirar muita gente e espalhar muito amor e alegria para todos que possam prestigiar essa arte”, destaca o artista.

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A obra traz elementos do universo da tv, como as câmeras e antenas, a comunidade e o Aroni, um pássaro que marca a obra de Vidal.

“Foi uma experiência incrível e uma energia muito boa. Aroni interpretou um galinho comunicador, que está conectando pessoas, comunidade, alegria e informação”, pontuou.

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Bahia de todas as cores

O Estúdio Doca, espaço da Aratu no hub de criatividade Doca 1, no bairro do comércio, também ganhou um grande painel, pintado pelo artista Uillian Novaes.

Utilizando tinta, giz de cera e muita baianidade, o artista retratou um grupo de crianças se jogando diretamente no mar, no painel batizado de “Bahia de todas as cores”.

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Natural de Maracás, sudoeste baiano, Uillian, traz em seus trabalhos uma característica marcante nos seus personagens, batizados de estirados, eles geralmente possuem membros desproporcionais.

“Um caráter peculiar e marcante de meu trabalho é a exploração de todo potencial expressivo e subjetivo do corpo. Apresento figuras contorcidas, casualmente com articulações extras ou membros que unem corpos distintos, busco provocar criativamente, inquietação e dinamismo em minhas obras, que propõem uma reflexão sobre o corpo, aqui ampliado, potente e maleável buscando desesperadamente por equilíbrio e estabilidade”, explica o artista.

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Conheça mais sobre os artistas da Galo Parade

 

Kbça

Tárcio Vasconcelos

Limpo Moura

 

Felipe Alaído

 

Maria Mariô

 

Galeria Galo Parade

O Aratu On fez matérias especiais sobre os artistas que criaram para o Galo Parade.